Para falar sobre o assunto o portal Esporte Escolar conversou com o sergipano Antônio Hora, atual presidente da CBDE, que falou sobre os planos da Confederação para a nova jornada esportiva estudantil que deve acontecer nos próximos anos. Confira:
E E - A alteração da Lei Pelé estabelece que, obrigatoriamente, 10% dos recursos da lei irão para o Desporto Escolar contemplando diretamente a CBDE. Com esta alteração o que o senhor acredita que irá mudar no cenário esportivo do país?
R – Na verdade os 10% a serem destinados ao Desporto Escolar, do total de 2% do valor arrecadado pelas loterias federais, já estavam garantidos por lei. Todavia, o percentual estava sob a administração exclusiva do COB,CPB e CBC. Parte do valor vem sendo utilizado para a realização das Olimpíadas Escolares Nacionais. O que a regulamentação altera é o fato de determinar que no mínimo 50% dos recursos sejam utilizados nas competições organizadas pela CBDE, além da obrigatoriedade do planejamento ser em conjunto entre COB, CPB, CBC e CBDE para aplicação dos recursos. Ainda precisamos estabelecer contato entre as entidades para que a intencionalidade da lei seja efetivada, ou seja, promover o desenvolvimento e fortalecimento do esporte escolar através da união de forças das entidades de administração esportiva.
E E - Crianças e jovens em fase escolar, necessariamente praticam alguma atividade física na Escola e/ou são incentivados a prática de algum esporte, porém, este ainda é um universo pouco explorado em nosso país, a CBDE acredita que tal fato deva-se, principalmente a que?
R – Sem sombra de dúvidas deve-se a dois fatores: a carência de investimento no Esporte Escolar; e ao equívoco na utilização dos recursos.
Em matéria vinculada em rede de TV, uma determinada emissora realizou um balanço da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres. Na matéria várias autoridades esportivas, entre dirigentes, atletas e técnicos concluíram que a saída para o desenvolvimento esportivo de um país é a priorização do esporte em sua base, ou seja, na escola. Exemplos de outros países que se apresentam como potências olímpicas investiram no esporte escolar e naturalmente os atletas que se destacaram migraram para o Esporte de Rendimento e se transformaram em atletas olímpicos. No Brasil, segundo a reportagem, cerca de 331 milhões foram repassados ao esporte do recurso das loterias, entretanto, por lei, apenas 33 milhões deveriam ser utilizados no Esporte Escolar. Com a otimização da aplicação dos recursos esperamos promover uma mudança considerável no desenvolvimento do Esporte Escolar.
E E - Quais suas expectativas quanto a atuação da CBDE e das Federações a partir da alteração da Lei Pelé?
R – A CBDE já vem atuando de maneira decisiva para o fortalecimento do esporte escolar no Brasil. Nos últimos anos, além de garantir a participação em eventos do calendário oficial escolar, através de convênios com o Ministério do Esporte, também se firmou como realizadora de eventos. A exemplo do Pan-americano Escolar em Juiz de Fora (MG), Sulamericano Escolar em Natal ,já realizados e Gymnasíade (nov. e dez. 2013 Brasília), Mundial de Vôlei de Praia(maio 2015 Aracaju) Pan-americano (2016) a serem realizados.
Esperamos, contudo, que a regulamentação da Lei garanta o repasse do recurso no sentido de assegurar a manutenção das competições nacionais da CBDE e que as federação filiadas também sejam beneficiadas diretamente em suas competições regionais.
E E - Como se deu o envolvimento para alteração da Lei? Quais foram os principais envolvidos?
R – Temos que ter cuidado para não cometermos injustiças, pois entendemos que para se chegar a uma vitória dessa envergadura, muitos esforços foram desprendidos em prol. O que fica depois de tudo é o ato da Presidente Dilma que sensível a causa do desenvolvimento do Esporte Escolar, sancionou o que pode se transformar na "carta de euforia" do setor. Aqui peço espaço para enaltecer o Presidente licenciado Sérgio Moreira Rufino que esteve sempre presente e atuante junto aos políticos que encamparam a nossa causa.
E E - Fale um pouco da responsabilidade que a CBDE terá a partir de agora com a realização dos campeonatos.
R – Inicialmente temos que estabelecer novo Planejamento Estratégico, baseando-se no fato de realizarmos um grande evento que reúna os campeonatos de modalidades separadas que já realizamos. Será uma nova formatação sincronizando eventos para evitar a coincidência de datas entre as competições das confederações especializadas das modalidades e as da CBDE.
Por fim, destaco que o atual momento, além de histórico pelo fato da inclusão das entidades, CBDE e CBDU no texto da lei, também é de cautela. O mais importante é chegarmos ao entendimento de que o fomento do Esporte Escolar está à cima dos interesses individuais das entidades. É o aluno que deve sentir na prática as mudanças para o favorecimento do seu desenvolvimento integral e efetivação do exercício da cidadania. A prática do Esporte Educacional nas escolas deverá passar por transformações em médio prazo para evitar a hiperseletividade característica do esporte de rendimento, pois seus objetivos transcendem ao resultado.
O Presidente da CBDE, Antônio Hora Filho |
Fonte: portal Esporte Escolar
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